6 de nov. de 2009

Poeira



“E afastando-vos da casa que não vos receba
a mensagem de paz, sacudi o pó das sandálias”
– advertiu-nos o Divino Mestre.


Muita gente acredita que o Senhor
teria sugerido a reprovação aos que
Lhe não acolhessem a Boa Nova
ou o menosprezo de quantos Lhe recusassem,
deliberadamente, os ensinos.

Entretanto, Jesus referia-se simplesmente
ao pó que costumamos guardar conosco,
depois de qualquer experiência difícil.

Poeira de ciúme e tristeza,
desencanto e lamentação...

Poeira de inveja e vaidade,
azedume e orgulho ferido...

Se te fazes portador da luz
aos que jazem na treva,
não condenes aquele que não possa
se iluminar de improviso e não conduzes
o amor a quem se desvaira no ódio,
não lhe critiques a tardia compreensão,
porque as vítimas de semelhantes verdugos
quase sempre se imobilizam por tempo longo,
em desesperação e cegueira.

Onde não consigas ajudar faze silêncio,
esperando a bênção das horas.

Não atires lenha à fogueira da ignorância,
nem agraves a desolação da água turva.

Não vale apedrejar e criticar,
desconsiderar ou ferir.

Colecionar mágoas e queixas,
é derramar lama e fel.

Seja onde for e com quem for,
conserva entendimento e esperança,
otimismo e serenidade.

Alijemos da base de nossa vida a poeira
da rebeldia e do escândalo,
do azedume e da discórdia e
saberemos transmitir o Amor Eterno
do Cristo que até hoje nos tolerou
as deficiências, para que saibamos
suportar as dificuldades dos outros,
realizando a plantação da verdadeira alegria.

Luigi Pirandello em “Ciascuno ha suo modo”:
Não há uma estrada principal para a
felicidade; há muitas veredas diferentes.




Emmanuel/Chico Xavier
de Escrínio de Luz

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