8 de nov. de 2009

Nossas Mãos



Em verdade, há milhares de mãos maravilhosamente
limpas no jogo das aparências.

Mãos que se cobrem de joias valiosas,
mas que não se dispõem a partir um pão
com o faminto.

Mãos que se agitam, vivazes, na mímica
dos discursos comoventes, mas que não descem
ao terreno de ação para ministrar uma gota
de remédio ao doente.

Mãos que assinam decretos e portarias
importantes na administração pública,
recomendando a ordem e a virtude
para os governados, mas que não hesitam
em desmantelar os bens coletivos que lhes
foram confiados.

Mãos que escrevem páginas admiráveis de literatura,
sob a inspiração da gramática, ornada de tesouros
artísticos, e que jamais se preocupam com a prática
do verbalismo brilhante que produzem.

Mãos que se movimentam em acervos de moedas
e notas bancárias, exibindo poder, mas que
não cedem o mais leve empréstimo dos recursos
em que se demoram, sem pesados tributos ao irmão
que suporta espinhosos fardos em escuros caminhos.

Mãos que indicam aos outros o roteiro da salvação
e que escolhem a senda escura da maldição
para si mesmas.

Realmente, não te esqueças da higiene de tuas mãos,
contudo, guarda vigilância para com aquilo que fazes.

Nossas mãos constituem as antenas de amor que,
orientadas pelo Evangelho, podem converter a Terra
em domínio de luz.

Deixa que os teus braços se integrem no trabalho
da verdadeira fraternidade e serás, desse modo,
o instrumento vivo da Vontade Divina, onde estiveres,
em favor do reinado da paz e da alegria para
o engrandecimento do mundointeiro.

Emmanuel/Chico Xavier
de Mãos Marcadas
Espíritos Diversos

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