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28 de set. de 2009

Dá de ti mesmo



Declaraste não possuir dinheiro
para auxiliar.
Acreditas que um pouco de papel
ou um tanto de níquel te substituem o coração?

Esqueces-te, meu filho, de que podes sorrir
para o doente e estender a mão ao necessitado?

A flor não traz consigo uma bolsa de ouro
e entretanto espalha perfume no firmamento.

O céu não exibe chuvas de moedas,
mas enche o mundo de luz.

Quanto pagas pelo ar fresco que,
em bafejos amigos, te visita o quarto pela manhã?

O oxigênio cobra-te imposto?

Quanto te custa a ternura materna?

As aves cantam gratuitamente.

A fonte que te oferece o banho
reconfortador não exige mensalidade.

A árvore abre-te os braços acolhedores,
repletos de flor e fruto, sem pedir vintém.

A bênção divina, cada noite, conduz
o teu pensamento a bendito repouso
no sono e não fazes retribuição de espécie alguma.

Habitualmente sonhas, colhendo rosas
em formoso jardim, junto de companheiros felizes;
no entanto, jamais te lembraste de agradecer
aos gênios espirituais que te proporcionam venturoso descanso.

A estrela brilha sem pagamento.

O Sol não espera salário.

Porque não aprenderes com a Natureza em torno?

Porque não te fazeres mais alegre,
mais comunicativo, mais doce?

Tens a fisionomia seca e ensombrada
por faltar-te dinheiro excessivo e reclamas
recursos materiais para ser bom,
quando a bondade não nasce dos cofres fortes.

Sê irmão de teu irmão,
companheiro de teu companheiro,
amigo de teu amigo.

Na ciência de amar, resplandece a sabedoria de dar.

Mostra um semblante sereno e otimista, aonde fores.

Estende os braços, alonga o coração,
comunica-te com o próximo, através
dos fios brilhantes da amizade fiel.

Que importa se alguém te não entende
o gesto de amor?

Que seria de nós, meu filho,
se a mão do Senhor se recolhesse a distância,
por temer-nos a rudeza e a maldade?

Dá de ti mesmo, em toda parte.

Muito acima do dinheiro, pairam
as tuas mãos amigas e fraternais.


Pelo espírito de Neio Lucio
psicografia Chico Xavier
do Livro alvorada Cristã

5 de jul. de 2009

O Espírito da Maldade



-Neio Lucio-

O Espírito da Maldade, que promove aflições
para muita gente, vendo, em determinada manhã,
um ninho de pássaros felizes, projetou destruir
as pobres aves.

A mãezinha alada, muito contente, acariciava
os filhotinhos, enquanto o papai voava,
à procura de alimento.

O Espírito da Maldade notou aquela imensa
alegria e exasperou-se.
Mataria todos os passarinhos, pensou consigo.
Para isto, no entanto, necessitava de alguém
que o auxiliasse.

Aquela ação exigia mãos humanas.
Começou, então, a buscar a companhia das crianças.
Quem sabe algum menino poderia obedecê-lo?
Foi a casa de Joãozinho, filho de Dona Laura,
mas Joãozinho estava muito ocupado na assistência
ao irmão menor, e, como o Espírito da Maldade
somente pode arruinar as pessoas insinuando-se
pelo pensamento, não encontrou meios de dominar
a cabeça de João.

Correu à residência de Zelinha, filha de Dona Carlota.
Encontrou a menina trabalhando, muito atenciosa,
numa blusa de tricô, sob a orientação materna, e,
em vista de achar-lhe o cérebro tão cheio
das idéias de agulha, fios de lã e peça por acabar,
não conseguiu transmitir-lhe o propósito infeliz.

Dirigiu-se, então, à chácara do senhor Vitalino,
a observar se o Quincas, filho dele, estava
em condições de servi-lo. Mas Quincas,
justamente nessa hora, mantinha-se, obediente,
sob as ordens do papai, plantando várias mudas
de laranjeiras e tão alegre se encontrava,
a meditar na bondade da chuva e nas laranjas
do futuro, que nem de leve percebeu as idéias
venenosas que o Espírito da Maldade
lhe soprava na cabeça.

Reconhecendo a impossibilidade de absorvê-lo,
o gênio do mal lembrou-se de Marquinhos,
o filho de Dona Conceição.
Marquinhos era muito mimado pela mãe,
que não o deixava trabalhar e lhe protegia
a vadiagem.

Tinha doze anos bem feitos e vivia de casa em casa
a reinar na preguiça.
O Espírito da Maldade procurou-o e encontrou-o,
à porta de um botequim, com enorme cigarro à boca.
As mãos dele estavam desocupadas e a cabeça vaga.

- "Vamos matar passarinhos?"
- disse o espírito horrível aos ouvidos
do preguiçoso.

Marquinhos não escutou em forma de voz,
mas ouviu em forma de idéia.

Saiu, de repente, com um desejo incontrolável
de encontrar avezinhas para a matança.

O Espírito da Maldade, sem que ele o percebesse,
conduziu-o, fàcilmente, até à árvore
em que o ninho feliz recebia as carícias do vento.

O menino, a pedradas criminosas, aniquilou pai,
mãe e filhotinhos. O gênio sombrio tomara-lhe as mãos e,
após o assassínio das aves, levou-o a cometer
muitas faltas que lhe prejudicaram a vida,
por muitos e muitos anos.

Somente mais tarde é que Marquinhos compreendeu
que o Espírito da Maldade somente pode agir, no mundo,
por intermédio de meninos vadios ou de homens
e mulheres votados à preguiça e ao mal.


Neio Lucio/Chico Xavier
do Livro Alvorada Cristã

1 de jul. de 2009

A Lenda da Àrvore




-Neio Lúcio-

No princípio do mundo, quando os vários reinos
da Natureza já se achavam apaziguados e enquanto
o ouro e o ferro repousavam no sub-solo,
o homem, os animais de grande porte, os passarinhos,
as borboletas, as ervas e as águas viviam
na superfície da Terra... E o Supremo Senhor,
notando que os serviços planetários se desdobravam
chamou-os ao seu Trono de Luz, a fim de ouvi-los.

A importante audiência do Todo-Poderoso
começou pelo Homem, que se aproximou do Altíssimo
e informou:

— Meu Pai, o globo terrestre é nossa gloriosa oficina.
Minha esposa, tanto quanto eu, se sente muito feliz;
entretanto, experimentamos falta de alguém que
nos faça companhia, em torno do lar,
e nos auxilie a criar os filhinhos.

O Todo-Misericordioso mandou anotar
a referência do Homem e continuou
a ouvir as outras criaturas.

Veio o Boi e falou:

— Senhor, estou muito bem; contudo,
vagueio sem descanso durante as horas de sol.
Grande é a minha fadiga e a resistência
cada vez menor...

Veio o Cavalo e reclamou:

— Eu também, Grande Rei, sinto aflitivo
calor cada dia...

Aproximou-se a Corça e rogou:

— Poderoso, estou exposta à perseguição de toda gente.
Não terei a graça de um ser amigo que me proteja e defenda?

Logo após, surgiu gracioso passarinho e suplicou:

— Celeste Monarca, recebi a bênção da vida,
mas não tenho recursos para fazer meu ninho.
Nas pastagens rasteiras, não posso construir a casa...

Adiantou-se a Borboleta e implorou:

— Meu Deus, tudo é belo no mundo;
todavia, onde repousarei?

Em último lugar, chegou o Rio e disse:

— Grande Senhor, venho cumprindo os meus deveres na Terra,
escrupulosamente, mas preciso de alguém
que me ajude a conservar as águas...

O Supremo Soberano ficou pensativo
e prometeu providenciar.
No dia imediato, toda a Terra apareceu diferente.
As árvores robustas e acolhedoras haviam surgido,
representando a sublime resposta de Deus.




Neio Lucio
psicografia Chico Xavier
do Livro Alvorada Cristã

6 de jun. de 2009

O Pior Inimigo



Um homem, admirável pelas qualidades de trabalho
e pelas formosas virtudes do caráter, foi visto
pelos inimigos da Humanidade que conhecemos por
Ignorância, Calúnia, Maldade, Discórdia,
Vaidade, Preguiça e Desânimo,
os quais tramaram, entre si, agir contra ele,
conduzindo-o à derrota.

O honrado trabalhador vivia feliz,
entre familiares e companheiros, cultivando o campo
e rendendo graças ao Senhor Supremo pelas alegrias
que desfrutava no contentamento de ser útil.

A Ignorância começou a cogitar da perseguição,
apresentando-o ao povo como mau observador
das obrigações religiosas.
Insulava-se no trato da terra, cheio de
ambições desmedidas para enriquecer
à custa do alheio suor.

Não tinha fé, nem respeitava os bons costumes.

O lavrador ativo recebeu as notícias do adversário
que operava, de longe, sorriu calmo
e falou com sinceridade:
- A Ignorância está desculpada.

Surgiu, então, a Calúnia e denunciou-o às autoridades
por espião de interesses estranhos.
Aquele homem vivia, quase sozinho, para melhor
comunicar-se com vasta quadrilha de ladrões.
O serviço policial tratou de minuciosas averiguações e,
ao término do inquérito vexatório,
a vítima afirmou sem ódio:
- A Calúnia estava enganada.
E trabalhou com dobrado valor moral.

Logo após, veio a Maldade, que o atacou de mais perto.
Principiou a ofensiva, incendiando-lhe o campo.
Destruiu-lhe milharais enormes, prejudicou-lhe a vinha,
poluiu-lhe as fontes.
Todavia, o operário incansável,
reconstruindo para o futuro, respondeu, sereno:
- Contra as sombras do mal, tenho a luz do bem.

Reconhecendo os perseguidores que haviam encontrado
um espírito robusto na fé, instruíram a Discórdia
que passou a assediá-lo dentro da própria casa.
Provocações cercaram-no de todos os lados e,
a breve tempo, irmãos e amigos da véspera
relegaram-no ao abandono.
O servo diligente, dessa vez, sofreu bastante,
mas ergueu os olhos para o Céu e falou:
- Meu Deus e meu Senhor, estou só, no entanto,
continuarei agindo e servindo em Teu Nome.
A Discórdia será por mim esquecida.

Apareceu, então, a Vaidade que o procurou
nos aposentos particulares, afirmando-lhe:
- És um grande herói... Venceste aflições e batalhas!
Serás apontado à multidão na auréola
dos justos e dos santos!...
O trabalhador sincero repeliu-a, imperturbável:
- Sou apenas um átomo que respira.
Toda glória pertence a Deus!
Ausentando-se a Vaidade com desapontamento,
entrou a Preguiça e, acariciando-lhe a fronte
com mãos traiçoeiras, afiançou:
- Teus sacrifícios são excessivos... Vamos ao repouso!
Já perdeste as melhores forças!...

Vigilante, contudo, o interpelado replicou sem hesitar:
- Meu dever é o de servir em benefício de todos,
até ao fim da luta.
Afastando-se a Preguiça vencida, o Desânimo compareceu.
Não atacou de longe, nem de perto.
Não se sentou na poltrona para conversar,
nem lhe cochichou aos ouvidos.
Entrou no coração do operoso lavrador e,
depois de instalar-se lá dentro, começou
a perguntar-lhe:

- Esforçar-se para quê? servir porquê?
Não vê que o mundo está repleto de colaboradores
mais competentes? que razão justifica tamanha luta?
quem o mandou nascer neste corpo?
não foi a determinação do próprio Deus?
não será melhor deixar tudo por conta de Deus mesmo?
que espera? sabe, acaso, o objetivo da vida?
tudo é inútil... não se lembra de que a morte
destruirá tudo?

O homem forte e valoroso, que triunfara
de muitos combates, começou a ouvir as interrogações
do Desânimo, deitou-se e passou cem anos sem levantar-se...


pelo espírito de Neio Lúcio
psicografia Chico Xavier
do Livro Alvorada Cristã