4 de nov. de 2009

Viajantes



De muitos deles tiveste notícia
da glória que ostentavam na Terra.
Pompeavam adornos de alto preço
e chamavam-se príncipes.
Brandiam armas sanguinolentas
e faziam-se chefes.

Mostravam brasões e manejavam a autoridade.
Eram mulheres primorosamente vestidas
e atuavam no pensamento dos ditadores,
alterando a sorte das multidões.

Entretanto, apenas viajavam
no caminho dos homens...

Outros muitos conheceste de perto.
Urdiam golpes de inteligência
dirigiam enormes comunidades.
Sobraçavam livros famosos
e tornavam-se mestres.
Amontoavam dinheiro
e erguiam-se poderosos.
Exibiam louros da mocidade
e articulavam aventuras e sonhos.
Contudo, viajavam também...

Se eram bons ou maus, justos ou injustos,
realmente não sabes, porque as verdadeiras contas
de cada um são examinadas além...

No entanto, não ignoras que nem o poder
e nem o encargo, nem a juventude e nem o ouro,
nem a fama e nem a Ciência lhes conferiram
qualquer privilégio de fixação.

Todos passaram, uns após outros...
Pensa nisso e recorda que te encontras
no mundo igualmente em viagem.
No último dia da grande romagem,
nada carregarás contigo do que temporariamente
desfrutas, a não ser aquilo que fizeste
e colocaste em ti mesmo.

Ninguém te aconselha a fazer da existência
o culto inveterado da morte, mas é imperioso
caminhes na convicção de que a vida prossegue...
Vive, pois, de tal modo que todos aqueles
que convivem contigo, possam, mais tarde,
lembrar-te o nome, como quem abençoa
a presença da fonte ou agradece a passagem da luz.


Emmanuel/Chico Xavier
Reunião pública de 28-4-61
2a. Parte, cap. I, item 1
do Livro Justiça Divina

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