25 de jul. de 2009

A Idéia



Na fase terminal de nossa reunião
de 27 de outubro de 1955, f
omos honrados com a palavra
do nosso benfeitor Emmanuel,
que nos transmitiu a preciosa
alocução, abaixo transcrita.




Meus amigos:

A ideia é um elemento vivo de curta ou longa
duração que exteriorizamos de nossa alma e que,
exprimindo criação nossa, forma acontecimentos
e realizações, atitudes e circunstâncias
que nos ajudam ou desajudam, conforme
a natureza que lhe venhamos a imprimir.

Força atuante — opera em nosso caminho,
enquanto lhe asseguramos o movimento.

Raio criador — estabelece atos e fatos,
em nosso campo de ação, enquanto
lhe garantimos o impulso.

Expressa flor ou espinho, pão ou pedra,
asa ou algema, que arremessamos na mente alheia
e que retornarão, inevitavelmente, até nós,
trazendo-nos perfume ou chaga, suplício
ou alimento, cadeia ou liberdade.

O crime é uma ideia-flagelação
que não encontrou resistência.

A guerra de ofensiva é um conjunto
de ideias-perversidade, senhoreando
milhares de consciências.

O bem é uma ideia-luz, descerrando
à vida caminhos de elevação.

A paz coletiva é uma coleção de idéias-entendimento,
promovendo o progresso geral.

É por essa razão que o Evangelho representa
uma glorificada equipe de idéias de amor puro
e fé transformadora, que Jesus trouxe
à esfera dos homens, erguendo-os para o Reino Divino.

Na manjedoura, implanta o Mestre
a idéia da humildade.

Na carpintaria nazarena,
traça a ideia do trabalho.

Nas bodas de Caná, anuncia a ideia
de auxílio desinteressado à felicidade do próximo.

No socorro aos doentes,
cria a ideia da solidariedade.

No sermão das bem-aventuranças, plasma a ideia
de exaltação dos valores imperecíveis do espírito
sobre a exaltação passageira da carne.

No Tabor, revela a ideia da sublimação.

No Jardim das Oliveiras, insculpe a ideia
da suprema lealdade a Deus.

Na cruz da renunciação e da morte,
irradia a ideia do sacrifício pessoal
pelo bem dos outros, como bênção
da ressurreição para a imortalidade vitoriosa.

Nos mínimos lances do apostolado de Jesus,
vemo-lo associando verbo e ação no lançamento
das idéias renovadoras com que veio redimir o mundo.

E é por isso que, em nossas tarefas habituais,
precisamos selecionar em nossas manifestações
as idéias que nos possam garantir saúde
e tranquilidade, melhoria e ascensão.

Não nos esqueçamos de que nossos exemplos,
nossas maneiras, nossos gestos e o tipo de palavras
que cunhamos para uso de nossa boca, geram idéias,
que, à maneira de ondas criadoras, vão e vêm,
partindo de nós para os outros e voltando
dos outros para nós, com a qualidade
de sentimento e pensamento que lhes infundimos,
levantando-nos para o triunfo,
ou impulsionando-nos para a derrota.

Evitemos o calão, a queixa, a irritação,
o apontamento insensato, a gíria deprimente
e a frase pejorativa, não apenas em nosso
santuário de preces, mas em nosso intercâmbio vulgar,
porque toda expressão conduz à inspiração
e pagaremos alto preço pela autoria indireta do mal.

Somos hoje responsáveis pela ideia do Senhor
no círculo de luta em que nos situamos.
E é indispensável viver à procura do Cristo,
para que a ideia do Cristo viva em nós.

Emmanuel/Chico Xavier
de Vozes do Grande-Além
Espíritos Diversos

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