10 de jun. de 2009

Vinculações



-Emmanuel-

Os que encarnam numa família, sobretudo
como parentes próximos, são, as mais das vezes,
Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações,
que se expressam por uma afeição recíproca
na vida terrena.
(Do item 8, do Cap. XIV, de "O evangelho
Segundo o Espiritismo".)


Estudos e pesquisas se multiplicam,
nos domínios da psicologia, quanto às complexidades
do mundo infantil, e o exame das vinculações
se destaca à vista.

Cada pequenino é um campo de tendências inatas,
com tamanha riqueza de material para a observação
do analista, que, debalde, se lhe penetrará
os meandros da individualidade.

Baseando-nos no trabalho biológico
de construção do ser, assente em milênios
numerosos, é indubitável que surpreenderemos
na criança todo o equipamento dos impulsos sexuais
prontos à manifestação, quando a puberdade lhe assegure
mais amplo controle do carro físico.
E, com esses impulsos, eis que lhe despontam
do espírito as inclinações para maior ou menor
ligação com esse ou aquele companheiro do núcleo
familiar.

O jogo afetivo, porém, via de regra
se desenrola mais intensivamente entre ela
e os pais, reconhecendo-se para logo se os laços
das existências passadas estão mais fortemente
entretecidos com o genitor ou a genitora.

Debitando-se ao impulso sexual quase todos
os alicerces da evolução sobre os quais
se nos levanta a formação de espírito, é compreensível
que o sexo apareça nas cogitações dos pequeninos
em seu desenvolvimento natural, e, nesse território
de criações da mente infantil, ser-nos-á fácil
definir a direção dos arrastamentos da criança,
se para os ascendentes paternos ou maternos,
porquanto aí revelará precisamente as tendências
trazidas de estâncias outras que o passado arquivou.

Com freqüência, mas não sempre, as filhas
propendem mais acentuadamente para a ligação com os pais,
enquanto que os filhos se pronunciam por mais
entranhado afeto para com as mães.

Subsistirá, no entanto, qualquer estranheza
nisso, quando não ignoramos que toda a estrutura
psicológica, em que se nos erguem os destinos,
foi manipulada com os ingredientes do sexo,
através de milhares de reencarnações? e, aceitando
os princípios de causa e efeito que nos lastreiam
a experiência, desconheceremos, acaso, que
os instintos sexuais nos orientaram a romagem,
por milênios e milênios, no reino animal,
edificando a razão que hoje nos coroa a inteligência?

Apreciando isso, recordemos o cipoal
das relações poligâmicas de que somos egressos,
quanto aos evos transcorridos, e entenderemos.
Com absoluta naturalidade, os complexos
da personalidade infantil.

Assim sucede, porque herdamos espiritualmente
de nós mesmos, pelas raízes do renascimento físico,
reencontrando, matematicamente, na posição de filhos
e filhas, aqueles mesmos companheiros
de experiência sentimental, com os quais tenhamos
contas por acertar.

Atentos a semelhante realidade, somos logicamente
impulsionados a concluir que os vínculos da criança,
de uma forma ou de outra, em qualquer distrito
de progresso e em qualquer clima afetivo, solicitam
providências e previdências, que sintetizaremos
tão-somente numa palavra única:
educação.


Emmanuel/Chico Xavier
do Livro Vida e Sexo

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