2 de jun. de 2009

Acorda e Vive



Espiritualmente falando, a Terra,
para os grandes seres que já se evangelizaram,
oferece o espetáculo de berçário imenso
onde o espírito humano continua dormindo
na infantilidade que lhe caracteriza
a evolução iniciante.

Os homens, quase todos, estáticos
ou cristalizados na ignorância,
imitam os sonâmbulos hipnotizados
pelas próprias criações.

Aqui, alguém sonha ostentando ilusório manto
de dominação, acolá, alguém passa,
á maneira de autônomo infeliz,
acreditando-se mendigo.

Além, um homem comum, que apenas consegue
realizar magra refeição por dia,
estabelece imensos monopólios de farinha
ou de azeite, vitimado pela loucura
de amontoar utilidades sem proveito justo;
mais além, uma criatura vulgar,
que somente vestirá um costume de cada vez,
açambarca o mercado de algodão
ou o comércio de lã, supondo-se capaz
de consumir sozinho o suprimento destinado a milhões.

Há quem administre os bens públicos,
julgando-se exclusivo senhor deles,
e há quem desperdice as próprias forças,
deliberadamente, presumindo na saúde
um caminho para a própria destruição.

É por isso que quase todos, enquanto na Terra,
centralizamos a atenção no próximo,
olvidando a nós mesmos.

Quando nos desvencilhamos, porém,
das teias da ociosidade mental que nos anestesia,
observamos que a vida apenas pede visão,
a fim de descerrar-nos o luminoso roteiro
para os cimos que nos compete atingir e,
então, se nos dispomos realmente a ver,
identificamos em derredor de nós,
a sementeira e a seara de luz,
à espera de nosso esforço no bem
para conferir-nos paz e sublimação.

Se a dor te visita, se a indagação te convoca
ao conhecimento, se a curiosidade te convida
à reforma íntima e se o mundo te solicita renovação,
recorda que o Senhor terá reconhecido
o teu amadurecimento para ávida que nunca morre
e te procura ao necessário despertamento.

Acorda e vive para a realidade que nos rodeia.
Acorda e serve e servindo, encontrarás a ti mesmo
em nível mais alto, entretecendo as próprias asas
para o vôo excelso no rumo da imperecível libertação.

Emmanuel/Chico Xavier
do Livro Mais Perto

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