7 de mai. de 2009

No Apostolado Feminino



O apostolado das Mães é o serviço silencioso
com o Céu, em que apenas a Sabedoria Divina pode ajuizar
com exatidão.

Ser mãe é ser anjo na carne, heroína desconhecida,
oculta à multidão, mas identificada pelas mãos de
Deus.

Ele conhece o holocausto das mães sofredoras
e desoladas e sustenta-lhes o ânimo através de processos
maravilhosos de sua sabedora infinita, assim como alimenta
a seiva recôndita das árvores benfeitoras.

Um instituto doméstico, em muitos casos, é cadinho purificador.
Aí dentro, as opiniões fervilham na contenda inútil
das palavras, sem edificações úteis; velhos ódios
surgem à tona das discussões e sentimentos,
que deveriam permanecer esquecidos para sempre,
aparecem à superfície das situações,
embora muitas vezes imanifestos nos entendimentos verbais.

O que nos interessa, porém, é a nossa redenção.
O sacrifício é a nossa abençoada oportunidade de iluminação.
Sabemos, no entanto, que para o carinho maternal,
o combate é intraduzível.
Na batalha sem sangue no coração.
No espinheiro ignorado.
Na dor que os olhos não visitam.

O devotamento feminino será sempre o manancial
do conforto e da benção.
Quando se interrompe o curso dessa fonte divina,
ainda mesmo temporariamente, a vida do lar sofre
ameaças cruéis.

As experiências no sexo masculino conferem à alma
um senso maior de liberdade ante os patrimônios
da vida, e o homem sente maior dificuldade
para apreciar as questões do sentimento como convém.

Para os que se confundem na enganosa claridade
dos dias terrenos, a existência carnal é somente recurso
a incentivar paixões e alegrias mentirosas,
todavia, para quantos fixem o problema da eternidade,
com a crença renovadora no altar do espírito,
a romagem planetária é divino aprendizado para a redenção.

O lar terreno é a antecâmara do Lar Divino,
]quando lhe aproveitamos as bênçãos do trabalho santificante,
porque, na realidade, se o martelo e o buril são os elementos
]que aprimoram a pedra, a dor e o serviço são as forças que nos
aperfeiçoam a alma.

Trabalhar e sofrer são talvez os maiores bens
que nossa alma pode recolher nos pedregulhos da Terra.

Toda dor é renascimento, toda renúncia é elevação
e toda morte é ressurreição na verdade.

O Tesouro Divino não se empobrece e, para Deus,
os filhos mais ricos são aqueles que canalizaram os
recursos do serviço a bem de todos, sem cristalizarem
a fortuna amoedada nos cofres de ferro, que às vezes,
cedo se convertem nos fantasmas de angústia além do sepulcro.

Aqui, entendemos, com clareza mais ampla,
o caminho da eternidade.
Mais vale semear rosas entre espinhos
para a colheita do futuro, que nos inebriarmos no presente,
com as rosas efêmeras dos enganos terrestres,
preparando a seara de espinhos na direção do porvir.

Não percamos o dia para que o tempo não nos desconheça.
A dificuldade é nossa benção.
Amemos, trabalhando nas sombras de hoje,
a fim de que possamos penetrar em companhia do Amor,
na divina luz do Amanhã.

Agar/Chico Xavier
em Cartas do Coração

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