3 de set. de 2009

O Tesouro Real



Aprendendo, em verdade,
onde se encontra o tesouro real
do homem, perante Deus, ensaiamo-nos
em novo regime, dentro do qual o direito
à propriedade estivesse sofrendo
a mais ampla renovação.

Imaginemos que regulamentos distributivos
determinassem a divisão compulsória
de todos os bens acumulados nos Bancos,
para que o ouro guardado felicitasse
cada criatura em benefícios iguais.

Mentalizemos decretos que transformassem
toda a legislação agrária em vigor, para que
o solo fosse subdividido em quotas idênticas,
conferindo-se, a cada homem, à parte que
lhe coubesse, segundo a estatística em andamento.

Idealizemos portarias sobre a organização predial,
repartindo todos os edifícios existentes
entre os habitantes do mundo, em exata partilha,
e figuremos todos os recursos potenciais das Nações
eqüitativamente entregues aos filhos que lhes são próprios.

Entretanto, se o homem, a pretexto de possuir,
não mais se dispusesse ao trabalho, decerto que
a fome e a violência viriam, em breve, aniquilar
essa suposta igualdade, porquanto, com a propriedade
imposta por lei, ninguém se inclinaria a servir,
acabando a instituição de semelhantes princípios
em guerra aberta e destruidora, pela qual,
cada homem, se sentiria com o direito de perturbar
o caminho alheio, rendendo novo culto às
trevas da escravidão.

Não tenhamos, pois, qualquer dúvida,

em matéria de regimentos legais.
Não vige a lei benigna quando o homem
não se decide a ser bom.

E sabendo, portanto, que cada criatura vale,
perante a vida, pelos frutos e exemplos que
venha a produzir, saibamos trabalhar simples
e honestamente, porque o trabalho é sempre
a única riqueza capaz de assegurar
a perfeita alegria, garantindo, a si própria,
o domínio da luz.




Emmanuel/Chico Xavier
do Livro Intervalos

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