21 de ago. de 2009

Atitude Silenciosa



-Joanna de Ângelis

Afirma velho refrão da sabedoria popular
que todo “aquele que cala consente”.

Nem sempre, porém, é assim.


O silêncio pode significar mais
do que ausência pura e simples.


Há quem cale por temor, mesmo que discordando;
outros silenciam para evitar contendas inúteis,
e diversos indivíduos o fazem perseguindo
interesses inferiores...

Também se pode apresentar um tipo de silêncio dinâmico,
que é sabedoria, quando os tolos palram ou os
agressivos estridulam...

Caracteriza o profundo conhecedor de uma questão,
o seu silêncio, igualmente chamado “de ouro” pelo brocardo
ancestral, que fala no momento em que é solicitado,
ao mesmo tempo gerando esclarecimento e produzindo
instrução.

Essa atitude, no entanto, exige equilíbrio
e disciplina moral decorrentes da coragem
que propicia auto-controle, superando as paixões
mais rudes que se rebelam e pretendem competir,
impor e conflagrar.

Fala-se muito sem que se pense, e, por isso,
os conflitos se apresentam em escala crescente,
lançando umas contra outras as pessoas
e perturbando o organismo social.

O silêncio não deve significar mutismo constrangedor,
atitude de indiferença ou de desprezo pelo
interlocutor.

Referimo-nos à discussão vazia, ao debate infrutífero,
às defesas desnecessárias quando ocorrem os bombardeios
da insensatez.

É mais fácil reagir, argumentando pelo espicaçar
da vaidade ferida, ou graças aos espículos
que se cravam no orgulho.

Saber ouvir, ler com serenidade os ataques e difamações,
constituem comportamento estóico, que a todos cumpre
assumir, a benefício próprio, do adversário
e da paz entre todos.

Silencia o mal que te façam e age no bem
que possas desenvolver.

Os teus atos possuem a voz que fala mais alto
do que todas as tuas palavras.

Se os não respeitam, menos considerarão
as tuas objurgações.


Não passes recibo às provocações dos que se convertem
em defensores da verdade, fiscais do dever alheio,
donos de todo o conhecimento...

Incorpora ao universo das tuas atitudes as palavras não ditas,
desmentindo infâmias e acusações indébitas
pela tua forma de ser e de te conduzires.

O tempo urge e é precioso em demasia
para que seja malbaratado inutilmente.

Não te tornarás melhor porque te elogiem
ou concordem contigo.
Da mesma forma, não te farás pior face às
injúrias e malquerenças que te cerquem os passos.

Porfia no teu compromisso e aguarda o tempo,
que é sempre o mesmo para todos, diferindo na forma
como transcorre em relação a cada um.

O Codificador do Espiritismo, na defesa da Doutrina,
jamais aquiesceu em participar das discussões estéreis
e vazias.
A cada agressão que merecia esclarecimento justo,
sem qualquer ressentimento, ofereceu respostas
que permanecem como páginas de luz pela sabedoria
que encerram, demonstrando a excelência do Espiritismo
mediante a robustez do seu conteúdo e a construção
granítica das idéias argamassadas na filosofia ético-moral do
Evangelho de Jesus, que a ciência comprova experimentalmente,
em todos os fatos, permanecendo como a mais sólida de quantas
já apareceram, consciências e sentimentos
que projeta no rumo de Deus.


Joanna de Ângelis/Divaldo P Franco
do Livro Viver e Amar

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