14 de jul. de 2009
O Bem e o Mal
- Médium, senhora Costel-
Sociedade Espírita de Paris
Eu te ensinarei o verdadeiro conhecimento
do bem e do mal que o Espírito confunde
tão freqüentemente.
O mal é a revolta dos instintos
contra a consciência, esse tato interior
e delicado que é o toque moral.
Quais são os limites que os separam
do bem que costeia por toda a parte?
O mal não é complexo: ele é um, e emana
do ser primitivo que quer a satisfação
do instinto às expensas do dever.
O instinto, primitivamente destinado
a desenvolver no homem animal o cuidado
de sua conservação e de seu bem-estar,
é a única origem do mal; porque, persistindo
mais violento e mais áspero em certas naturezas,
impele-os a se apoderar do que desejam
ou a concentrar o que possuem.
O instinto, que os animais seguem cegamente,
e que lhes é a própria virtude, deve ser,
sem cessar, combatido pelo homem que quer
se elevar e substituir o grosseiro instrumento
da necessidade pelas armas finamente
cinzeladas da inteligência.
Mas, pense, o instinto não é sempre mal, e,
freqüentemente, a Humanidade lhe deve
sublimes inspirações, por exemplo, na maternidade
e em certos atos de devotamento, onde substitui
, segura e prontamente, a
reflexão.
Minha filha, tua objeção é precisamente
a causa do erro, na qual caem os homens prontos
a menosprezarem a verdade sempre absoluta
em suas conseqüências.
Quaisquer que possam ser os bons resultados
de uma causa má, os exemplos não devem nunca
fazer concluir contra as premissas
estabelecidas pela razão.
O instinto é mau, porque é puramente humano
e a Humanidade não deve pensar que se deve despojar,
ela mesma, deixar a carne para se elevar ao Espírito;
e se o mal costeia o bem, é porque seu princípio,
freqüentemente, tem resultados opostos a si mesmo
que o fazem menosprezar pelo homem leviano
e levado pela sensação.
Nada de verdadeiramente bem pode emanar do instinto:
um sublime impulso não é mais o devotamento
do que uma inspiração isolada não é o gênio.
O verdadeiro progresso da Humanidade é a sua luta
e seu triunfo contra a própria essência de seu ser.
Jesus foi enviado sobre a Terra para prová-la humanamente.
Pôs a descoberto, bela fonte enterrada
na areia da ignorância.
Não perturbeis a limpidez da divina bebida
com os compostos do erro.
E, crede-o, os homens que não são bons e devotados
senão instintivamente, o são mal; porque sofrem
uma cega dominação que pode, de repente,
precipitá-los no abismo.
………………………………..
Fonte Revista espirita 1862
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