15 de jun. de 2009

Poluição e Psicosfera



Joanna de Ângelis

Ecólogos de todo o mundo preocupam-se, na atualidade,
com a poluição devastadora, que resulta dos detritos
superlativos que são atirados nos oceanos, nos rios,
lagos e "terras inúteis" circunjacentes às grandes
metrópoles, como o tributo pago pelo conforto e
pelas conquistas tecnológicas, desde os urgentes
ingredientes e artefatos para a sobrevivência,
às indústrias bélicas, às de explorações novas,
às "de inutilidade" que atiram fora centenas
de milhões de toneladas de lixo, óleos e resíduos
em todo lugar.

Além dessas, convém recordarmos a de natureza sonora,
dos centros urbanos, produzindo distonias graves
e contínuas...

Os mais pessimistas, porém, prevêm a possível
destruição da vida vegetal, animal e hominal
como efeito dos excessivos restos produzidos
pelos engenhos de que o homem se utiliza, e logo
o esmagarão após transformar a Terra num caos...

Mais grave, demonstram os técnicos no assunto importante,
é a poluição atmosférica, graças às substancias venenosas
que são expelidas pelas fábricas em forma de resíduos,
pelos motores de explosão a se multiplicarem fantástica,
insaciavelmente, e os inseticidas usados para a
agricultura...

Voluptuoso e desconsertado por desvarios múltiplos
do homem, as máquinas avançam, dirigidas pela
inconcebível ganância, desbastando reservas florestais
e influindo climatericamente com transformações
penosas nas regiões, então, vencidas...

O espectro de calamidades não imaginados ronda
e domina com segurança muitos departamentos
ambientais ora reduzidos à aridez...

Cifras assustadoras denotam o quanto se desperdiça
na inutilidade—embora a elevada estatística
chocante dos que se estorcegam na mais ínfima miséria,
rebocando-se na coleta dos montes de lixo,
a cata de destroços de que possam retirar o mínimo
para sobreviver!—comprovando que no galvanizar das paixões,
o homem moderno, à semelhança de Narciso, continua
a contemplar a imagem refletida nas águas perigosas
da vaidade e do egoísmo em que logo poderá asfixiar-se,
inerme ou desesperado. No entanto, irrefletido,
impõe-se exigências dispensáveis, a que se escraviza,
complicando a própria e a situação dos demais usuários
dos recursos da generosa mãe-Terra.

Nesse panorama deprimente, e para sanar alguns
dos males imediatos e outros do futuro,
sugestões e programas hão surgido preocupando
as autoridades responsáveis pelos Organismos
Mundiais, no sentido de serem tomadas providências
coletivas e salvadoras urgentes.

Algumas já estão sendo postas em prática,
embora em número reduzido, tais o reflorestamento;
a ausência de tráfego com motores de explosão
em algumas cidades uma vez por semana;
a tentativa da industrialização do lixo,
com aproveitamento de energia, adubos e outros;
controle no uso de pesticidas na lavoura;
técnicas não poluentes com o fim de gerar energia;
as áreas verdes na cidades; a segurança por meio
de controle das experiências nucleares,
a fim de ser evitada a contaminação . . .

Afirma-se que por onde o homem e a civilização passam
ficam os sinais danosos da sua jornada,
em forma de aridez, destruição e morte.

As grandes Nações materialmente, estruturadas
e guindadas ao ápice pela previsão futurológica
de mentes e computadores que prometiam tudo resolver,
fazendo soberbas e vãs as criaturas, foram surpreendidas,
há pouco, pelas conseqüências gerais da própria impetuosidade,
no resultado da guerra no Oriente Médio, fazendo-as parar
e modificando, em muitas delas, as estruturas
e programas, previsões e soberania pelas exigências
do deus petróleo em que estabeleceram as bases do
seu poderio e das suas glórias, decepcionadas, atônitas..

Algumas tiveram a economia abalada, padecendo crises
que resultaram do gravame geral, modificando a política
interna e externa, num atestado de nulidade quanto
aos compromissos humanos assumidos, à segurança
e precariedade das humanas forças.

Como resultado, apressam-se as negociações
internacionais por acordos diplomáticos e
conchavos político-econômicos, enquanto a fome,
campeando desassombradamente, confirma a falência dos
cálculos e das fantasias materialistas, visivelmente
perturbadas no testemunho dos seus líderes em convulsas
transações com que tentam reequilibrar o poderio
avassalado, quando, não, perdido ..

O poder de um dia. qual efêmera glória,
sempre muda de mão e local, fazendo oscilarem,
mudarem de rumo os interesses e as supostas proteções,
fruto, indubitavelmente, de uma poluição
descuidada—a de natureza moral!

A força e a grandeza de alguns povos até há pouco
mandatários da Terra cederam lugar aos potentados reais,
que se demoravam desconsiderados e as exigências da fome
ameaçadora e voraz os situou como as legitimas potências
que são disputadas, após o deus negro: o arroz,
o trigo, o milho e o sorgo cujos celeiros,
quase vazios no mundo, deles necessitam com urgência
para a sobrevivência dos seres.

Todavia, o homem ingere a disparate mais terrível poluição,
venenosa quão irrefreável graças ao cultivo de lamentáveis
atitudes em que persevera e se compraz:
referimo-nos à poluição mental que interfere na ecologia
psicosférica da vida inteligente, intoxicando de dentro para
fora e desarticulando de fora para dentro.

Estando a Terra vitimada pelo entrechoque de vibrações,
ondas e mentes em desalinho, como decorrência do desamor,
das ambições desenfreadas, dos ódios sistemáticos,
as funestas conseqüências se faz em presentes
não apenas nas guerras externas e destrutivas,
mas também nas rudes batalhas no lar, na família,
no trabalho, nas ruas da comunidade, no comportamento.

Intoxicado pela ira, vencido pelo desespero que agasalha,
foge na direção dos prazeres selvagens nos quais
procura relaxar tensões, adquirindo mais altas cargas
de desequilíbrio em que se debate.

A poluição mental campeia livre, favorecendo
o desbordar daquela de natureza moral,
fator primacial para as outras que são visíveis
e assustadoras

O programa, no entanto, para o saneamento
de tão perigoso estado de coisas, já foi
apresentado por Jesus, o Sublime Ecólogo
que em a Natureza, preservando-a, abençoando-a,
dela se utilizou, apresentando os métodos e técnicas
da felicidade, da sobrevivência ditosa nos incomparáveis
discursos e realizações de que inundou a História,
estabelecendo as bases para o reino de amor
e harmonia, sem fim, sem dores, sem apreensões...

Nunca reagiu o Mestre —sempre agiu com sabedoria

Jamais se permitiu ferir - deixou-se, porém crucificar,

Nenhuma agressão de Sua parte—facultou-se,
no entanto, ser agredido.

Por onde passou, deixou concessões de esperança,
bálsamo de reconforto, amenidade e paz.
Seus caminhos ficaram floridos pelas alegrias
e abençoados pelos frutos da saúde renovada.

Rei Solar, fez-se servo humilde de todos,
mantendo-se inatingido, embora o ambiente em que
veio construir a Vida Nova para os tempos futuros..

Repassa-Lhe a sublime trajetória.

Busca-O!

Faze uma pausa na terrível conjuntura
em que te encontras e recorda-O.

Para toda enfermidade, Ele tem a eficiente terapia;
para as calamidades destes dias,
Ele tem a solução.

Ama e serve, portanto, como possas,
quanto possas, quando possas.

A Terra sairá do caos que a absorve
e voltarão o ar puro, a água cristalina,
a relva repousante, o trinar dos pássaros,
o fulgor do sol e o faiscar das estrelas
em nome do Pai Criador e de Jesus,
o Salvador Perene de todos nós.

Joanna de Ângelis/Divaldo P Franco
do Livro Após a Tempestade

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