26 de mai. de 2009

Brandura



-André Luiz-

Insignificante é o pingo dágua,
todavia, com o tempo, traça
um caminho no corpo duro da pedra.

Humilde é a semente, entretanto,
germina com firmeza e produz
a espiga que enriquece o celeiro.

Frágil é a flor, contudo,
resiste à ventania,
garantindo a colheita farta.

Minúscula é a formiga, mas edifica,
à força de perseverança,
complicadas cidades subterrâneas.

Submissa é a argila, no entanto,
com o auxilio do oleiro,
transforma-se em vaso precioso.

Branda é a veste física,
que um simples alfinete atravessa,
todavia suporta vicissitudes incontáveis
e sustenta o templo do Espírito em aprendizado,
por dezenas de lustros, repletos de necessidades
e padecimentos morais.

O verdadeiro progresso prescinde da violência.

Tudo é serenidade e seqüência na evolução.

Aprendamos com a Natureza
e adotemos a brandura por diretriz
de nossas realizações para a vida mais alta,
mas não a brandura que se acomoda com a inércia,
com a perturbação e com o mal e sim aquela
que se baseia na paciência construtiva,
que trabalha incessantemente e persiste
no melhor a fazer, ultrapassando os obstáculos
que a ignorância lhe atira à estrada e superando
os percalços da luta, a sustentar-se no serviço
que não esmorece e na esperança fiel que confia,
sem desanimo, na vitória final do bem.


André Luiz/Chico Xavier
do Livro Caridade
Espíritos Diversos

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